As Dores de crescimento das PME´S

As Dores de crescimento das PME´S

Por: Luís Charneca

Em Portugal, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, as PMEs (Micro, Pequenas e Médias Empresas) são responsáveis por empregar 71,2% da população ativa e têm um peso de 56,6% no PIB. Das 299.828 PMEs em 2011, 254.764 são Microempresas (até 10 colaboradores e volume de negócios inferior a 2 milhões de euros).

Quais os grandes desafios destes quase 300.000 empresários? Será que cada um deles, mais do que ser um empresário, não tem é um autoemprego? A maioria dos empresários cria um negócio onde é especialista em vez de criar um negócio que dê lucro. Naturalmente que, cada um destes empresários, ao criar o negócio fê-lo baseado, pelo menos, nestas 8 razões: Aprender a gerir um negócio; Aprender Contabilidade e Finanças; Aprender Vendas e Marketing; Fazer “as coisas” sozinho; Aprender a controlar custos; Criar uma rede de contactos fazendo networking; Reaprender o sentido da responsabilidade e, fundamentalmente, Ganhar mais dinheiro.

Para quem é, ou conhece, um destes empresários permitam-me que pergunte: “Está a correr como imaginaram?”, “Tem objetivos claros e estão a ser atingidos?”, “Quais são os desafios que não está a conseguir superar?” Segundo um estudo do INE e do Gabinete de Estatística da União Europeia, entre 2010 e 2011, 51% das PME criadas fecharam num período de dois anos.

Voltando ao empresário-especialista onde todo o negócio gira à sua volta. Mais ninguém consegue exercer a atividade com a sua qualidade. Até aqui tudo bem, mas, ele tem também de gerir toda a sua organização, tratar das vendas, campanhas de marketing, contactos com fornecedores, com bancos, efetuar os pagamentos e recebimentos, recrutar (por vezes num processo rápido e ineficaz que apenas permite trazer as pessoas erradas para o negócio) entre muitas outras coisas.

Como não tem TEMPO disponível para todas as responsabilidades, a empresa não consegue ganhar DINHEIRO suficiente para contratar a melhor EQUIPA e, sem EQUIPA não tem TEMPO, entrando num ciclo vicioso que apenas tem duas saídas: o fecho do negócio ou estar a vida todo num autoemprego, que é onde na realidade estão a maioria das empresas anteriormente mencionadas. Quando um empresário diz que tem um negócio há 20 anos e está “praticamente igual” quer dizer que apenas conseguiu repetir 1 ano vinte vezes.

Sim, as dores de crescimento não acontecem apenas nos 2/3 primeiros anos da vida da empresa.

Num próximo artigo explicarei como, de forma simples, os empresários podem sair deste ciclo.Se gostou deste artigo, ficou com alguma dúvida ou quiser colocar uma questão terei todo o gosto em receber as suas partilhas e comentários.

Se gostaria de receber mais informações relacionadas a este tema ou outros, ou até mesmo marcar uma sessão de esclarecimento, envie-me um e-mail para:  luischarneca@actioncoach.com

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